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domingo, 11 de março de 2018

MARVIN (Marvin ou la Belle Éducation) de Anne Fontaine

A História: O pequeno Marvin Bijoux, devido à sua patente homossexualidade, é vítima de bullying na escola e mantém segredo de tudo isso em casa. Com a ajuda da directora da escola, vai frequentar um curso de teatro e já adulto encena uma peça sobre a sua infância.

O Filme: O jovem Marvin deste filme é o completo oposto do Elio de CALL ME BY YOUR NAME. Para ambos não é fácil “saírem do armário”, mas enquanto Elio tem o apoio incondicional da sua família, Marvin tem que fugir da sua família para se poder afirmar. A família de Elio é culta e endinheirada, a de Marvin pobre e com um baixo nível de educação.
Este drama de Anne Fontaine dá-nos um retrato mais realista sobre a vida de um jovem gay, sem o romantismo ou a poesia de CALL MEBY YOUR NAME. Mas isso não faz do seu filme uma melhor obra. Fontaine peca por arrastar a história sem necessidade de o fazer e perde-se por vezes em reflexões ditas profundas que roçam o pretensiosismo (caso da conversa da directora da escola com um já adulto Marvin, em que ela diz muita coisa, mas que no fundo não diz nada). Pretensiosa é também a peça gay a que Marvin assiste; já a sua própria peça, apesar de parecer chata, é plasticamente interessante.
Como o pequeno Marvin, Jules Porier dá ao seu personagem sensibilidade e uma profunda solidão. Como o já adulto Marvin, Finnegan Oldfield dá ao seu personagem uma constante sensação de infelicidade e de alguém perdido no mundo em que vivemos. Sem dúvida que o Marvin adulto tem uma postura estranha e dificuldade em integrar-se, o que faz todo o sentido devido ao seu passado. No papel de ela própria, Isabele Huppert dá-lhe o apoio que ele necessita e Catherine Salée é credível como a genuinamente interessada directora da escola.
Graficamente, não é um filme gay que vá chocar as mentes mais fechadas e a história que conta é universal.

Classificação: 6 (de 1 a 10)



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