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sábado, 27 de dezembro de 2014

AZUL Y NO TAN ROSA (My Straight Son) de Miguel Ferrari

Diego é um fotógrafo de moda, que tem uma relação feliz com o seu namorado Fabrizio e uma relação praticamente inexistente com o seu filho de 16 anos, Armando. Quando menos espera, o seu filho chega a sua casa para passar uma temporada com ele e o seu namorado é vítima de um violento ataque por parte de um grupo de homofóbicos.

No início deste ano, esta co-produção entre a Venezuela e Espanha, ganhou o Goya (para quem não souber, é o prémio espanhol equivalente ao Óscar) para Melhor Filme Iberoamericano e, tendo em conta o tema retratado, deve ter sido uma vitória controversa.

Em menos de duas horas, o realizador Miguel Ferrari consegue retratar de forma eficaz alguns temas ditos polémicos: uma relação gay, um gay com um filho, um transsexual de sucesso, um violento acto homofóbico, a posição da família quanto à homossexualidade, uma mulher vítima de violência doméstica, modelos de moda anorécticos e uso de identidades falsas na internet. Conseguir isto tudo sem cair na lamechice ou no lado didáctico, mantendo um simpático sentido de humor, é prova que Ferrari é um bom realizador, capaz de nos prender com a sua história e cativante galeria de personagens.

Confesso que a sequência em que Fabrizio é espancado pelos homofóbicos, é de uma grande crueza e me abalou um bocado. Por outro lado, tem momentos muito bonitos como o bailado inicial, ou emocionais como o tango dançado por Armando e a sua amiga.

Um jeitoso e sexy Guillermo García convence como Diego, um homem que quer passar uma imagem quase frívola, mas que no fundo luta com os seus próprios demónios. Ignacio Montes vai bem como seu filho Armando e Hilda Abrahamz é a fabulosa Delirio del Rio, o amigo transexual de Diego. O restante elenco dá cor e vida às personagens que os rodeiam, com destaque para um simpático Sócrates Serrano como Fabrizio e Alexander Da Silva como o odioso líder do grupo homofóbico.

Não posso dizer que seja um filme excelente, mas segue-se sempre com interesse e facilmente se cria empatia com as personagens. Classificação: 7 (de 1 a 10)




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