Boaz, um estudante que vive em Telavive com a sua
namorada, começa a receber cartas de amor anónimas mas escritas por um homem.
Estas cartas começam a baralhar a sua identidade sexual e fazem-no recordar os
tempos em que esteve na tropa.
Há filmes que têm uma premissa interessante, prometem
muto, mas que depois se tornam frustrantes. Este é um desses casos. O
realizador Yariv Mozer cria uma situação tensa e complicada, mas a sensação com
que se fica é que não acontece nada. Por vezes sente-se um crescendo de desejo,
mas fica-se por aí. Tal como o personagem principal, Mozer está mais
interessado na situação do que em criar emoção; excepção para o clímax com o
interruptor da luz, que recorda o final de THE BRIDGES OF MADISON COUNTY, mas
sem o mesmo impacto emocional. Acho que é um filme sobre o desejo e como as
pessoas estão dispostas a esconder uma parte delas, não só dos outros, mas
também de de si próprias. Serão felizes? Uma situação que estou certo muita boa
gente vive todos os dias.
O lado mais interessante do filme, é a forma casual com
que o possível homossexualismo é mostrado, seja nas cenas da tropa (a
masturbação colectiva não podia ser mais hetero), nos olhares que se cruzam na
piscina, biblioteca e transportes, ou da naturalidade do parque de engates.
No papel de Boaz, Yoav Reuveni convence como um jovem
perdido e assustado com a sua sexualidade; para além disso, o rapaz é também
muito jeitoso. Curiosamente, ele tem imensa química tanto com a sua namorada
como com o colega da tropa. Como a sua namorada, Yehuda Nahari tem uma presença
forte e é a única personagem que faz alguma coisa pela sua vida. Classificação: 4 (de 1 a 10)
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