Yves Saint Laurent, no pico da sua carreira, apaixona-se
perdidamente por Jacques de Bascher, ao mesmo tempo que se entrega a um estilo
de vida de excessos (droga, sexo e álcool). O seu amante de longa data, Pierre
Bergé, protege e defende a marca YSL.
Em Janeiro deste ano estreou nos nossos cinemas uma outra
biografia do famoso costureiro, que abrangia praticamente toda a sua vida.
Agora chega-nos outro filme sobre o assunto, desta vez mais debruçado sobre
determinado período da vida de Yves. Pode-se dizer que os filmes completam-se,
mas nenhum deles aborda o processo criativo de Yves, nem o que o motivou a
tornar-se um costureiro. Apesar de assim ser, esta nova versão preocupa-se um
pouco mais com a criação das colecções e revela a importância que toda a equipa
de costureiros teve no sucesso da carreira de Yves.
O realizador Bertrand Bonello dá ao filme uma forte
componente sexual, sem vergonhas e realista. A nível de qualidade diria que
ambas as produções estão ao mesmo nível, mas se tivesse que escolher entre as
duas, esta seria a minha eleita (deve ser por causa do sexo...) Gostei
especialmente de duas cenas: o ar de garoto atrevido de Jacques na discoteca e
a cena da transformação de Mme. Duzer (Valeria Bruni Tedeschi).
Como Yves, Gaspard Ulliel consegue dar alguma simpatia à
sua personagem, tornando-o mais que um génio irritante; o seu Yves é mais
sexualmente activo e menos menino mimado que Pierre Niney na outra versão. Ao contrário do que acontecia
no outro filme, o personagem de Pierre não tem muito peso aqui, mas Jérémie
Renier dá-lhe credibilidade. Mas de quem eu gostei mesmo foi de Louis Garrel
como Jacques; ele é sexy, atrevido e convincentemente tarado. Helmut Berger vai
bem na versão Yves 3ª idade.
O filme peca por ser muito longo com cenas que se
prolongam sem grande necessidade (a da discoteca onde Yves e Jacques se
engatam). Classificação: 4 (de 1 a 10)
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