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sábado, 27 de dezembro de 2014

SAINT LAURENT de Bertrand Bonello

Yves Saint Laurent, no pico da sua carreira, apaixona-se perdidamente por Jacques de Bascher, ao mesmo tempo que se entrega a um estilo de vida de excessos (droga, sexo e álcool). O seu amante de longa data, Pierre Bergé, protege e defende a marca YSL. 

Em Janeiro deste ano estreou nos nossos cinemas uma outra biografia do famoso costureiro, que abrangia praticamente toda a sua vida. Agora chega-nos outro filme sobre o assunto, desta vez mais debruçado sobre determinado período da vida de Yves. Pode-se dizer que os filmes completam-se, mas nenhum deles aborda o processo criativo de Yves, nem o que o motivou a tornar-se um costureiro. Apesar de assim ser, esta nova versão preocupa-se um pouco mais com a criação das colecções e revela a importância que toda a equipa de costureiros teve no sucesso da carreira de Yves.

O realizador Bertrand Bonello dá ao filme uma forte componente sexual, sem vergonhas e realista. A nível de qualidade diria que ambas as produções estão ao mesmo nível, mas se tivesse que escolher entre as duas, esta seria a minha eleita (deve ser por causa do sexo...) Gostei especialmente de duas cenas: o ar de garoto atrevido de Jacques na discoteca e a cena da transformação de Mme. Duzer (Valeria Bruni Tedeschi).

Como Yves, Gaspard Ulliel consegue dar alguma simpatia à sua personagem, tornando-o mais que um génio irritante; o seu Yves é mais sexualmente activo e menos menino mimado que Pierre Niney na  outra versão. Ao contrário do que acontecia no outro filme, o personagem de Pierre não tem muito peso aqui, mas Jérémie Renier dá-lhe credibilidade. Mas de quem eu gostei mesmo foi de Louis Garrel como Jacques; ele é sexy, atrevido e convincentemente tarado. Helmut Berger vai bem na versão Yves 3ª idade.

O filme peca por ser muito longo com cenas que se prolongam sem grande necessidade (a da discoteca onde Yves e Jacques se engatam). Classificação: 4 (de 1 a 10)



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