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quarta-feira, 10 de junho de 2015

CUATRO LUNAS (Four Moons) by Sergio Tovar Velarde



(“scroll down” para ler a crítica em português)

Four moon phases, four stories about gay life, well told, well directed and that are a pleasure to see.

On the whole, Sergio Tovar Velarde gives us a strong dramatic movie, with a great cast, where the stories flow simultaneously with good rhythm, without killing each other, shameless and with sensibility. It’s one of those movies that should be seen by everyone! My Rate: 8 (from 1 to 10)

Quatro fases da lua, quatro histórias sobre a vida gay, bem contadas, bem realizadas e que dá gosto ver.

No todo, estamos perante um bom filme dramático, recheado de bons actores e onde as histórias fluem em simultâneo, em bom ritmo, sem atropelos, sem vergonha e com sensibilidade. É um daqueles filmes que devia ser visto por toda a gente, mas que infelizmente não deve chegar aos nossos cinemas. Classificação: 8 (de 1 a 10)


FULL MOON - Hugo (Antonio Velázquez) and André (Alejandro de la Madrid) are together for 10 years, but Hugo is tired of the relationship and has a lover (a hot Hugo Catalán); when André finds about it he asks his boyfriend for another chance, but things become complicated.

A bitter picture of a couple in crises, where one is willing to do anything to save the relationship and the other one can’t resist having an affair. Since the first scene, it’s clearer there’s no flame between the two boyfriends; during a dinner with friends, it’s obvious they no longer share anything in common. The director is able to show this in a naturalistic way and never shies from the sex, the ending… Well, I can’t tell you how it ends, it wouldn’t be fair.


LUA CHEIA – Hugo (Antonio Velázquez) e André (Alejandro de la Madrid) estão juntos há 10 anos, mas Hugo sente-se farto da relação e arranjou um amante (um escaldante Hugo Catalán); quando André descobre, pede mais uma oportunidade ao namorado, mas as coisas complicam-se.

Retrato amargo de um casal em crise, em que um está disposto a tudo para salvar a relação e o outro não resiste à tentação de manter um caso com outro. Desde a primeira cena entre o casal que percebemos que já não há ali chama e num jantar de amigos depressa nos apercebemos que pouco ou nada têm em comum. O realizador consegue transmitir isto de forma natural e realista, nunca fugindo do sexo e terminando... bem, não posso dizer como termina.
 

LAST QUARTER MOON – Joaquin (Alonso Echánove) is an old retired and married teacher, who goes regularly to a gay sauna where he becomes obsessed with the “muy caliente” Gilberto (Alejandro Belmonte). So, he decides to give the money he and his wife had put together for the Christmas gifts to Gilberto, in order to have a few minutes of pleasure with him.

This is probably the most controversial of the four stories, because it shows a reality many people prefer to keep hiden. We don’t know if Joaquin had always lived a double life, married with sons and cruising saunas, or if this is his first time (I think it isn’t), but he evolves from a pathetic old man salivating for the hustler (who wouldn’t for this one) to a man proud with his life. The hustler character it’s also well built, showing us a side we weren’t expecting.


QUARTO MINGUANTE – Joaquin (Alonso Echánove) é um professir velho, reformado e casado que frequenta uma sauna onde fica obcecado por um prostituto “mui caliente”, Gilberto (Alejandro Belmonte); decide então gastar o dinheiro que ele e a mulher juntaram para darem prendas de Natal aos netos nuns minutos de prazer com Gilberto.

Talvez a mais polémica das quatro histórias, pois mostra uma realidade que muita gente gostaria de manter escondida. Nunca se percebe muito bem se Joaquin teve sempre uma vida dupla, casado com filhos e engates em saunas, ou se esta é a sua primeira vez (eu acho que não), mas passa de um personagem patético, salivando atrás do prostituto (quem não salivaria pelo pequeno), para um homem orgulhoso da sua vida. O personagem do prostituto também está bem construído, revelando um lado com o qual não estamos a contar.


NEW MOON – Mauricio (Gabriel Santoyo) is a 11 year old kid who feels a sexual attraction for his cousin, to whom he suggests a sexual play: but the cousin don’t feel confortable with it and decides to tell everyone at school that Mauricio is gay.

Many people may ask how is it possible for a kid so young to be so sure of his sexuality, but believe me, that’s normal in many cases, must of the times repressed by their family and by the society where we live. Here, little Mauricio doesn’t want to give up his true personality, causing problems to his parents, but director Sergio Tovar Velarde’s approach to this subject is too light. Although I liked it, I think this is the weaker story of the movie. Still, its candor is refreshing.

LUA NOVA – Mauricio (Gabriel Santoyo) é um miúdo de 11 anos que se sente atraído pelo primo mais velho, a quem propõe uma simples brincadeira sexual; mas este não se sente confortável e decide dizer na escola que Mauricio é gay.

Muita gente poderá interrogar-se como é que um miúdo tão jovem já pode ter a certeza da sua sexualidade, mas acreditem que há muitos casos assim, muitas vezes reprimidos pela família e pela sociedade que nos rodeia. Aqui, o pequeno Mauricio não está disposto a abdicar da sua personalidade, causando problemas com os pais, mas talvez a abordagem aqui seja demasiado leve. Para mim, apesar de ter gostado, é a história mais fraca, se bem que a sua candura é refrescante.

FIRST QUARTER MOON – Fito (César Ramos) and Leo (Gustavo Egelhaaf) are two childhood friends who meet by chance at the present and relight their friendship. Both are surprised when they realize they love each other. The problem is that Fito is ready to get “out of closet”, but not Leo. 

This is my favorite story and also the more emotional one. It’s impossible not to fall in love with the sweet Fito and his relationship with his mother (Monica Dionne) is one of the highlights of the all movie. The scene where he tries to tell her that he is gay and, although later she shows that the most important thing is the happiness of her son, her reaction is very touching. Because they share great chemistry, the affair between the two guys is very real and it’s easy to believe in their love. Another highlight of the movie is the scene where they have sex together for the first time; I loved their innocence, it’s delicious and fun!

QUARTO CRESCENTE – Fito (César Ramos) e Leo (Gustavo Egelhaaf), dois velhos amigos de infância, encontram-se por acaso, reatam a sua amizade e ficam surpreendidos quando percebem que estão apaixonados um pelo outro. O problema é que se Fito está pronto para “sair do armário”, o mesmo não se passa com Leo.

A minha história favorita e também a mais emocional de todo o filme. É impossível não nos apaixonarmos pelo doce Fito e a sua relação com a mãe (Monica Dionne) é das melhoras coisas do filme. A cena em que ele tentar dizer à mãe que é gay e a reacção desta, para mais tarde demonstrar que o mais importante é a felicidade do seu filho, é muito comovente. A relação entre os dois moços é muito real e facilmente acreditamos no seu amor, pois ambos partilham uma grande química. Outro momento alto do filme é a cena em que fazem sexo pela primeira vez, adorei a inocência dos pequenos, é deliciosa e divertida!


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