Francisco e Thomás são dois meios-irmãos que, desde
pequenos, têm uma relação muito forte. Quando crescem, esta relação
transforma-se em algo mais íntimo, romântico e sexual.
Produzido em 2009, este filme brasileiro consegue “matar
dois coelhos de uma só cajadada” e fá-lo com elegância. Não só retrata uma
forte relação de amor entre dois homens, como ainda por cima estes são
meio-irmãos. Curiosamente, mesmo com algumas cenas de sexo (nada de
extremamente forte), o filme não choca. O realizador Aluizio Abranches filma
tudo de modo sensível, quase poético e a sua câmara adora os dois actores que
dão vida a Francisco e a Thomás.
Confesso que esperava que, algures pelo meio, o filme se
iria transformar num grande drama, com os rapazes a enfrentarem grandes
dificuldades em manter a sua relação. Mas não, parece que todos aqueles que os
rodeiam aceitam a situação sem grandes problemas, incluindo o pai, o que torna
a situação um bocado surreal. Seria excelente que assim fosse, mas duvido que
no mundo real as coisas corressem tão bem.
Uma das mais valias do filme é a intimidade realista que
Aluizio Abranches consegue criar entre os dois irmãos, tanto em criança como em
adultos. Claro que nada disso seria possível sem dois actores convincentes nos
papéis e a escolha de João Gabriel Vasconcellos e Rafael Cardoso foi acertada.
Ambos são agradáveis à vista e, apesar de serem muito doces, nem por um momento
duvidamos da sua paixão. Há no entanto uma cena, quando se despem frente a
frente na sala, em que um pequeno pormenor quase estraga o momento; ambos estão
completamente nús e, apesar de ser um momento tenso, nenhum deles está com
erecção. Felizmente, a cena de amor que se segue é suficientemente convincente
para nos fazer esquecer esse pormenor.
Eu sei que é tudo um pouco cor-de-rosa, mas é uma bonita
história de amor, contada com sensibilidade e bom gosto. Classificação: 6 (de 1 a 10)
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