Guillaume tem dois irmãos, mas por qualquer razão
desconhecida, quando a mãe os chama para as refeições diz sempre “rapazes e
Guiilaume, para a mesa”. Isto leva a que o jovem Guillaume se veja como uma
menina que tenta a todo o tempo imitar a mãe. Com o passar dos anos, tal como
toda a sua família, ele começa a achar que é homossexual e entra num difícil
processo de procura da sua verdadeira identidade.
Este drama, disfarçado de comédia, foi um enorme sucesso
em França, onde ganhou 5 Césars (os Óscares franceses), incluindo Melhor Filme,
Melhor Primeiro Filme, Melhor Actor e Melhor Argumento Adaptado. Estes quatro
prémios foram todos dados a Guillaume Galliene, realizador, actor, argumentista
e um dos produtores do filme, bem como autor da peça teatral que serviu de base
ao filme, que por sua vez era inspirada na sua vida. Parece muita coisa para um
homem só, mas Galliene sai-se bem, dando-nos um retrato simpático, humorístico,
humano e por vezes comovente, de um homem em crise de identidade e que tenta
encontrar o seu lugar neste mundo em que vivemos.
Apesar de ser feito de diversos episódios na vida de
Gillaume, sem ter propriamente um fio condutor convencional, é uma comédia
equilibrada, que diz coisas sérias com um sorriso e que nos faz pensar em como
todos nós criamos ideias preconcebidas sobre os outros. Mas nada disto teria
impacto se Galliene não fosse um excelente actor. Para além de fazer de si
próprio, ele também interpreta o papel da sua mãe de forma distinta,
revelando-se um homem de grande talento e versatilidade.
Não vão ao engano. Isto não é uma comédia gay, mas sim um
divertido filme que fala de coisas sérias a rir. Classificação: 6 (de 1 a 10)
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