No filme YOSSI & JAGGER, estes eram dois soldados
destacados num posto no Líbano que se apaixonam um pelo outro; durante um
ataque Jagger é ferido mortalmente.
No presente filme a acção passa-se 10 anos depois. Yossi
é agora um cardiologista solitário, triste e que não se sente confortável com o
seu corpo. Após uma tentativa de aproximação aos pais de Jagger, decide tirar
uns dias de férias e acaba por dar boleia a quatro jovens soldados. Um destes,
Tom, é assumidamente gay e tenta seduzi-lo, despertando-lhe sentimentos há
muito adormecidos.
É raro eu achar que uma sequela é melhor que o original,
mas esta é uma das excepções. É refrescante ver um filme de temática gay onde o
sexo não é o assunto principal. Dirigido com sensibilidade e humor por Eytan
Fox, é um retrato honesto de um homem solitário que tem dificuldade em
relacionar-se com os outros e que tem vergonha do seu próprio corpo. O filme
tem duas cenas embaraçosas, a ida ao bar com o colega que acaba no interior de
um WC com uma mulher, ou mesmo humilhantes, o engate via internet com um gay
verdadeiramente insuportável. A contrastar com essas cenas, temos duas
sequências tocantes e muito humanas: a visita aos pais de Jagger e a comovente
entrega de Yossi a Tom.
No papel de Yossi, Ohad Knoller consegue criar uma grande
empatia com o público e faz-nos desejar o melhor para ele. Como Tom, Oz Zehavi
é deliciosamente atrevido. Juntos partilham uma grande química que nos faz
acreditar na sua atracção e na relação que criam.
É uma pena que este filme não tenha estreado nos nossos
cinemas, nem sequer foi editado em vídeo, pois é um bom exemplo do cinema gay
que se faz por aí, bem como da cinematografia Israelita (nem só de A NOIVA
PROMETIDA se vive). Classificação: 7 (de
1 a 10)
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