Este
pseudo-documentário tem como “missão” re-imaginar os 40 minutos que foram
cortados do filme CRUISING (por cá chamou-se A CAÇA), a fim de este não ser
considerado pornográfico.
Para quem
nunca viu esse filme, contava a história de um polícia (Al Pacino) que, com o
fim de apanhar um assassino, é obrigado a introduzir-se no negro universo
sado-masoquista de alguns bares gay. À data, o filme era forte e causou muita
controvérsia mas, até ouvir falar deste documentário, não sabia que tinham
cortado 40 minutos. Confesso que fiquei muito curioso sobre o conteúdo das
cenas cortadas; será que alguma vez vamos ver o filme na íntegra?
Em vez de
esperar pela versão integral, o actor James Franco juntou-se ao realizador
Travis Mathews e decidiram recriar as cenas perdidas. Para o efeito, com Franco
a servir de engodo, conseguiram reunir um grupo de actores homossexuais e
heterossexuais e criar o ambiente de um desses bares no espaço de uma garagem
(o aspecto mais conseguido deste docuemntário). Assim, sem qualquer tipo de
inibições, temos umas cenas explícitas de sexo gay e muita conversa.
Se a ideia
era fazer um documentário em que, com excepção das cenas de CRUISING, o resto
fosse muito natural e improvisado, a mim não me convenceu. As conversas sobre
os direitos dos homossexuais, a liberdade da expressão sexual, ou mesmo o
dilema do actor Val Lauren, soa tudo a ensaiado. Lauren, no papel do personagem
interpretado por Al Pacino, não está nada à vontade e ao mesmo tempo está
completamente em “over-acting” (a cena em que dança é ridícula).
Quanto às cenas de sexo, duvido que a protagonizada por
um simpático casal gay tivesse lugar no filme e achei-a gratuita e fora de
contexto. Não tenho nada contra sexo, gosto muito e, como toda a gente, também
vejo porno; mas este documentário é decepcionante e não faz nada para mudar
ideias ou comportamentos. Duvido que algum heterossexual tenha interesse em ver
o filme ou ganhe alguma coisa em vê-lo, a não ser que seja um grande fã de
James Franco, que por sua vez pouco ou nada faz, enganando toda a gente,
actores e público, que pensaram que o iam ver numa cena gay. Classificação: 2 (de 1 a 10)
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