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quinta-feira, 25 de dezembro de 2014

POR DETRÁS DO CANDELABRO (Behind the Candelabra) de Steven Soderbergh

Scott Thorson é um jovem provinciano que fica fascinado pela personalidade de Liberace; este por sua vez fica encantado com os atributos físicos de Scott e convida-o para ir trabalhar como seu acompanhante. Entre os dois nasce uma relação de amor, sexo e traição que dura cerca de 6 anos, mas tudo às escondidas do público que adora o talento de Liberace.

Nunca me passou pela cabeça que um dia iria ver o Michael Douglas e o Matt Damon a fazer, e muito bem, de duas bichas dos anos 70. Baseado na vida do grande Liberace, este filme é um dos mais arrojados dramas que tenho visto nos últimos anos. O realizador Steven Soderbergh não esteve com receios e mostra tudo sem complexos, não deixando dúvidas sobre o teor da relação de Liberace com Scott. A ajudá-lo tem duas estrelas de Hollywood que não tiveram medo de dar vida a estes personagens e que mostram não ter qualquer tipo de problema com a sua sexualidade. É uma pena que para conseguir fazer este filme, Soderbergh tenha tido que se voltar para o canal de televisão HBO, pois nenhum estúdio de Hollywood teve "tomates" para arriscar produzir este projecto.

Como Scott, Matt Damon está óptimo e o facto de parecer estar pouco à vontade nas cenas mais ousadas deve-se ao personagem que interpreta, um rapaz que se afirma como bissexual e que tem problemas em aceitar a sua patente homossexualidade. Quanto a Michael Douglas, o seu Liberace é “maior que a vida” e encarna o seu personagem na perfeição; é daquelas interpretações que ficam para a história e é notório o gozo que lhe deve ter dado fazer este filme. No elenco tenho ainda que mencionar a presença de Rob Lowe, hilariante como o cirurgião plástico de Liberace, e a veterana Debbie Reynolds completamente irreconhecível como a mãe de Liberace e que nos dá uma interpretação deliciosa. É uma pena este filme não ter estreado nos cinemas nos Estados Unidos (imagino porquê!), pois caso contrário tenho a certeza que Douglas, Damon e Reynolds teriam merecidas nomeações aos Oscars. Também a nível de maquilhagem e guarda-roupa o filme merece Óscar.

Muito sinceramente, espero que o grande público não se retraia de ir ver o filme por achar que é só para gays. É verdade que algumas pessoas poderão sentir-se pouco à vontade com as cenas mais ousadas, mas é um excelente retrato dos anos 70, recheado de grandes interpretações e conta uma história de amor diferente do que é usual. Não é uma obra-prima, mas sem dúvida que Soderbergh é um mestre a contar histórias e a dirigir actores. Classificação: 7 (de 1 a 10)




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