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sábado, 4 de outubro de 2025

PLAINCLOTHES de Carmen Emmi

Lucas é um jovem polícia destacado para, à paisana, atrair gays no wc de um centro comercial e depois prender quem caia na armadilha. Um dia cruza-se com Andrew, por quem sente uma grande atracção e não é capaz de o denunciar; este deixa-lhe o seu contacto e em breve os dois voltam a encontrar-se, iniciando algo que vai mudar a vida de ambos para sempre.

Ao escolher um formato de imagem quadrado, o realizador Carmen Emmi imprime ao filme uma atmosfera claustrofóbica que serve na perfeição o estado emocional do seu jovem protagonista, preso numa vida que não o satisfaz tanto a nível pessoal como profissional. Depois, o uso de imagens sobrepostas, quase de arquivo, que ao princípio pode parecer um pouco pretensioso, tem ligação directa com o estado psicológico do polícia. 

O argumento, também de Emmi, está bem construído, sem cair em clichés ou lamechices, sempre pontuado com algum humor e carregado de tensão; com personagens bem construídas e com uma ou duas surpresas na manga.

O ponto forte do filme é, sem sombra de dúvida, a química sexual entre Tom Blyth (Lucas) e Russell Tovey (Andrew), que aquece qualquer um. Ambos os actores estão óptimos nos seus papéis e não podiam ser mais credíveis na sua paixão. No papel da mãe de Lucas, Maria Dizzia vai muito bem e a sua última expressão diz tudo e, quase só por si, justifica a visão do filme. Mas não vão querer perder a paixão quente entre Blyth e Tovey.

Tudo indica que o filme em breve estará disponível na plataforma de streaming Filmin.

Classificação: 7 (de 1 a 10)





quarta-feira, 10 de setembro de 2025

QUEER LISBOA 2025: OS CARTAZES

A 29ª edição do QUEER LISBOA – FESTIVAL INTERNACIONAL DE CINEMA QUEER, irá decorrer de 19 a 27 de Setembro no Cinema São Jorge e na Cinemateca Portuguesa em Lisboa.

Aqui vos deixo uma galeria com os cartazes de praticamente todas as longas-metragens (ficção e documentários) que vão ser exibidas no decorrer do Festival.

Para mais informações visitem o site do QUEER LISBOA









domingo, 8 de setembro de 2024

QUEER LISBOA 2024: OS CARTAZES

A 28ª edição do QUEER LISBOA – FESTIVAL INTERNACIONAL DE CINEMA QUEER, irá decorrer de 20 a 28 de Setembro no Cinema São Jorge e na Cinemateca Portuguesa em Lisboa.

Aqui vos deixo uma galeria com os cartazes de praticamente todas as longas-metragens (ficção e documentários) que vão ser exibidas no decorrer do Festival, bem como de muitas curtas-metragens. 

Aqui fica o link para o site do Festival: queerlisboa.pt















sábado, 25 de maio de 2024

ESTRANHO AMOR (Stranizza D’Amuri) de Giuseppe Fiorello

Sicília 1982. Algures numa pequena localidade, dois adolescentes apaixonam-se um pelo outro, enfrentando a homofobia e preconceito de todos, incluindo as suas famílias, tentando viver um amor cujo futuro parece estar condenado.

Talvez seja um pouco longo, mas somos facilmente conquistados pela genuína inocência e ingenuidade dos jovens Samuele Segreto e Gabriele Pizzurro como Gianni e Nino. Torcemos pelo seu amor, perante uma sociedade que não só não os aceita, como age com violência perante a situação, como se tivessem medo deste “estranho” amor. Supostamente inspirado num caso real, é um aviso que a homofobia é real e, infelizmente, continua por aí, com tendência para piorar. Vamos ter esperança que histórias como esta possam ter finais felizes.

Classificação: 6 (de 1 a 10)













terça-feira, 12 de março de 2024

CULPADO - INOCENTE - MONSTRO (Kaibutsu / Monster) de Kore-eda Hirokazu

A História: Uma mãe procura respostas que justifiquem o comportamento estranho do seu filho Minato, que tudo indica ser vítima de actos de violência por parte de um dos seus professores

O Elenco: Sakura Andô é muito boa como a mãe preocupada e Eita Nagyama vai muito bem como o professor suspeito. Mas o filme pertence, por direito, a Soya Kurokawa como Minato e Hinata Hiiragi como seu amigo Yori.

O Pior do Filme: O facto de poder passar despercebido nos nossos cinemas e poder ser ignorado pela comunidade Queer.

O Melhor do Filme: A cena na sala de música entre Minato e a diretora da escola é um momento comovente e cheio de significado, que culmina com a frase “If only some people can have it, that’s not happiness. That’s just nonsense. Happiness is something anyone can have” (Se apenas algumas pessoas a podem ter, então não é felicidade. É apenas um disparate. Felicidade é algo que todos podem ter.)

Veredicto Final: O argumento da autoria de Yûji Sakamoto, justamente premiado com o prémio de Cannes nessa categoria, está muito bem construído, mostrando-nos três perspectivas da mesma história. Primeiro (CULPADO) pelo lado de uma mãe preocupada que condena um professor; segundo (INOCENTE) pelo lado de um professor culpado de algo de que provavelmente não tem culpa; terceiro (MONSTRO) pelo lado de uma criança que sente que não é igual aos outros. Pegando nestas três perspectivas, o realizador Kore-eda Hirokazu dá-nos um drama humano com tons de thriller, que nos cativa, sensibiliza e, por vezes, nos comove.

O facto do filme ter ganho em Cannes a Queer Palm, revela que no seu âmago estamos perante uma história sobre a descoberta de sentimentos supostamente pouco normais, que leva a que os miúdos achem que possam ser uns monstros. Mas é uma bonita história sobre amizade e aprendermos a ser quem somos. Recomendo.

Classificação: 7 (de 1 a 10)