A História: Uma mãe procura respostas que justifiquem o comportamento estranho do seu filho Minato, que tudo indica ser vítima de actos de violência por parte de um dos seus professoresO Elenco: Sakura Andô é muito boa como a mãe preocupada e Eita Nagyama vai muito bem como o professor suspeito. Mas o filme pertence, por direito, a Soya Kurokawa como Minato e Hinata Hiiragi como seu amigo Yori.
O Pior do Filme: O facto de poder passar despercebido nos nossos cinemas e poder ser ignorado pela comunidade Queer.
O Melhor do Filme: A cena na sala de música entre Minato e a diretora da escola é um momento comovente e cheio de significado, que culmina com a frase “If only some people can have it, that’s not happiness. That’s just nonsense. Happiness is something anyone can have” (Se apenas algumas pessoas a podem ter, então não é felicidade. É apenas um disparate. Felicidade é algo que todos podem ter.)
Veredicto Final: O argumento da autoria de Yûji Sakamoto, justamente premiado com o prémio de Cannes nessa categoria, está muito bem construído, mostrando-nos três perspectivas da mesma história. Primeiro (CULPADO) pelo lado de uma mãe preocupada que condena um professor; segundo (INOCENTE) pelo lado de um professor culpado de algo de que provavelmente não tem culpa; terceiro (MONSTRO) pelo lado de uma criança que sente que não é igual aos outros. Pegando nestas três perspectivas, o realizador Kore-eda Hirokazu dá-nos um drama humano com tons de thriller, que nos cativa, sensibiliza e, por vezes, nos comove.
O facto do filme ter ganho em Cannes a Queer Palm, revela que no seu âmago estamos perante uma história sobre a descoberta de sentimentos supostamente pouco normais, que leva a que os miúdos achem que possam ser uns monstros. Mas é uma bonita história sobre amizade e aprendermos a ser quem somos. Recomendo.
Classificação: 7 (de 1 a 10)