A História: Chiron é um miúdo negro que vive com a sua
mãe drogada num bairro difícil de Miami, onde ser diferente é um problema.
Talvez por isso, ele é vitima de “bullying” e, a fim de sobreviver, é obrigado
a tornar-se um durão.
Os Actores: Três actores dão vida ao personagem principal.
Alex R. Hibbert como o miúdo que não sabe quem na realidade é, Ashton Sanders
como o tímido e revoltado teenager e Trevante Rhodes como o durão em que ele se
transforma em adulto. Presumo que o facto de nenhum deles ser muito
emocionalmente expressivo se deve ao facto do personagem ser assim mesmo,
comedido e de poucas palavras. Naomie Harris é a sua a odiosa e fria mãe. No
papel de Kevin, André Holland dá alguma vida ao filme.
O Filme: Este filme tem sido vendido como sendo sobre
o "coming out of the
closet" de um jovem negro gay num ambiente hostil, assunto tabu na
comunidade negra; mas depois de ter visto o filme sou forçado a interrogar-me
se o assunto é o mesmo o facto de ele ser gay. Pessoalmente, acho que é a
história de um rapaz/homem que ainda não encontrou a sua verdadeira entidade. O
realizador Barry Jenkins debruça-se sobre três pequenos períodos da vida de Chiron
e ninguém o pode acusar de ser lamechas, muito antes pelo contrário. Há muito
que não via um filme tão contido em termos de emoções, na verdade demasiado
contido para o meu gosto. Precisava de algo que me aquecesse a alma ou a
fizesse vibrar e não consegui envolver-me emocionalmente com o filme. O suposto
assunto principal, a homossexualidade de Chiron, é abordado de forma demasiado
subtil e se não fosse a cena da praia, a maioria do público nem iria perceber o
que se passava. Ou seja, cinema gay feito para um público heterossexual, o qual
não convém chocar. Do que eu mais gostei foi da cena no restaurante, quando
Kevin põe uma canção a tocar na jukebox e a letra desta diz o que ele não é
capaz de dizer; quanto à cena da praia, está filmada de forma delicada e
bonita. É uma pena não haver mais momentos destes. Assim, lamento, mas achei o
filme chato, desinteressante e, apesar de alguns bons momentos, não mexeu nada
comigo. Não digo isto para ser do contra, mas confesso que até dei umas “cabeçadas”
durante a primeira parte do filme.
Classificação: 4 (de 1 a 10)
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