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domingo, 11 de dezembro de 2022

BROS E MAIS DOIS











Quando um dos grandes estúdios de Hollywood, neste caso a Universal, decide apostar numa comédia romântica gay, o pobre desconfia da oferta. A ideia é recuperar o espírito de filmes como WHEN HARRY MET SALLY ou SLEEPLESS IN SEATTLE, mas de uma perspectiva gay e o mais politicamente correcto possível. E assim nasceu BROS – UMA HISTÓRIA DE AMOR.

Assim, reuniram uma equipa e um elenco queer para nos contarem a história do irritante Bobby (Billy Eichner), um gay militante e raivoso com o mundo, e como este conhece Aaron (Luke Macfarlane), um bonzão simpático. O seu antagonismo inicial dá lugar à paixão e, como é normal neste tipo de comédias, vão ter que dar umas “cabeçadas” antes do possível final feliz.

Se os autores do filme, Nicholas Stoller e Billy Eichner, pensaram que iriam conquistar a atenção dos espectadores heterossexuais, saiu-lhes o tiro pela culatra, pois estes não se mostraram muito interessados em ir ver o filme. Mais grave, perante o fraco sucesso de bilheteira, parece-me que nem a comunidade queer abraçou o filme.

Talvez seja demasiado gay para os héteros e pouco para os gays, mas é divertido e goza bem com os filmes do género, aproveitando os clichés dos mesmos dando-lhes um toque gay. A vida gay dos encontros Grindr, da pancada com os corpos perfeitos e as lutas dentro da própria comunidade é retratada com humor, mas podia ter mais graça. Não fugindo aos clichés do cinema gay, os gajos são praticamente todos bonzões e giros, o que foge da realidade, mas faz parte do escape que é o cinema.

Não achei que os actores principais, Billy Eichner e Luke Macfarlane, tivessem grande química, mas a cena final com uma bonita canção é comovente. No restante elenco sobressai Debra Messing a fazer dela própria. 

Infelizmente, não é a grande comédia romântica que estava à espera e, devido ao seu fraco sucesso, duvido que tenha aberto as portas a mais filmes do género produzidos pelos grandes estúdios. Dentro do género, prefiro o  BILLY’S HOLLYWOOD SCREEN KISS com Sean Hayes (o Jack de WILL & GRACE), mas é pena que mesmo por cá poucos o tenham ido ver ao cinema, depois não se queixem que estreiam por cá poucos filmes gay. Classificação: 6 (de 1 a 10)


Mas nem só de BROS vive o cinema queer. Nos serviços de streaming vi recentemente dois novos títulos: FIRE ISLAND (Disney) e THE SCHOOLMASTER GAMES (no Filmin). O primeiro é também uma comédia romântica cheia de gajos bons e muito desnudados, com um grupo de amigos à procura do amor nas festas sexys de Fire Island. Os personagens são todos um pouco irritantes, mas tem os seus momentos, mas não fiquei com vontade de ir a Fire Island.

O outro filme, é uma “pseudo-intelectualice” armada em arte, muito arrastado e chato. Numa escola só para gays, um professor tem uma paixão por um dos alunos, com muita inveja pelo meio e uma galeria de personagens insuportáveis. 

FIRE ISLAND de Andrew Ahn - Classificação: 4 (de 1 a 10)

THE SCHOOLMASTER GAMES (Magisterlekarna) de Ylva Forner - Classificação: 1 (de 1 a 10)

 



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