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domingo, 10 de dezembro de 2017

O MEU NOME É MICHAEL (I Am Michael) de Justin Kelly

A História: Michael Glatze é um activista gay que vive com o seu namorado e com o amante de ambos. Um dia, provocado por um susto relacionado com a sua saúde, tem uma espécie de epifania religiosa, renuncia à sua homossexualidade e acaba por se tornar um “pastor” cristão.

O Filme: A história verídica de Michael Glatze causou polémica, mas duvido que este filme o faça. A seu favor tem o facto de o realizador/argumentista Justin Kelly (que viria a dirigir James Franco de novo em KING COBRA) não ter medo de mostrar os seus personagens masculinos a terem sexo uns com os outros, apesar de ser tudo muito soft. Por outro lado, a história arrasta-se de forma aborrecida e esperava sentir-me mais revoltado com o personagem.
No papel de Michael, James Franco está igual a si próprio, naquela linha tipo janado/depressivo, sempre com ar de chateado. O facto de ele ser pouco convincente, leva-nos a olhar para Michael como se este fosse uma fraude, o que provavelmente é verdade. Nas mãos de Franco, nunca acreditamos que Michael tenha conseguido renunciar aos seus desejos sexuais por membros do mesmo sexo.
O aspecto mais curioso é a forma como Michel deturpa os escritos da Bíblia, de forma a que estes se coadunem com aquilo que quer da vida (sendo o mais ridículo aquele em que ele interpreta os seus amantes como a santíssima Trindade). Sempre me fez confusão como é que as pessoas usam a religião para justificar as suas acções ou, por acharem que Deus fala com elas, têm o direito de julgar os outros ou de os obrigar a serem como elas. Claro que isto precisava de um filme dramaticamente mais forte que este, mas pelo menos o assunto é discutido num filme que poderá atrair um público mais diverso que a comunidade LGBT. Este é o aspecto mais positivo do filme.
Quanto ao restante elenco, Zachary Quinto não vai mal como o namorado de Michael, mas confesso que acho este actor um pouco irritante. Como o amante, Charlie Carver tem um ar simpático e facilmente cria empatia connosco, infelizmente o seu personagem tem pouco “tempo de antena”. Emma Roberts é Rebekah, a sonsa que se apaixona perdidamente por Michael e que o segue como se ele fosse um deus.

Classificação: 3 (de 1 a 10)




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