A História: Michael Glatze é um
activista gay que vive com o seu namorado e com o amante de ambos. Um dia,
provocado por um susto relacionado com a sua saúde, tem uma espécie de epifania
religiosa, renuncia à sua homossexualidade e acaba por se tornar um “pastor” cristão.
O Filme: A história verídica de
Michael Glatze causou polémica, mas duvido que este filme o faça. A seu favor
tem o facto de o realizador/argumentista Justin Kelly (que viria a dirigir James Franco de novo em KING COBRA) não ter medo de mostrar
os seus personagens masculinos a terem sexo uns com os outros, apesar de ser
tudo muito soft. Por outro lado, a história arrasta-se de forma aborrecida e
esperava sentir-me mais revoltado com o personagem.
No papel de Michael, James Franco está igual a si próprio,
naquela linha tipo janado/depressivo, sempre com ar de chateado. O facto de ele
ser pouco convincente, leva-nos a olhar para Michael como se este fosse uma
fraude, o que provavelmente é verdade. Nas mãos de Franco, nunca acreditamos
que Michael tenha conseguido renunciar aos seus desejos sexuais por membros do
mesmo sexo.
O aspecto mais curioso é a forma como Michel deturpa os
escritos da Bíblia, de forma a que estes se coadunem com aquilo que quer da
vida (sendo o mais ridículo aquele em que ele interpreta os seus amantes como a
santíssima Trindade). Sempre me fez confusão como é que as pessoas usam a
religião para justificar as suas acções ou, por acharem que Deus fala com elas,
têm o direito de julgar os outros ou de os obrigar a serem como elas. Claro que
isto precisava de um filme dramaticamente mais forte que este, mas pelo menos o
assunto é discutido num filme que poderá atrair um público mais diverso que a
comunidade LGBT. Este é o aspecto mais positivo do filme.
Quanto ao restante elenco, Zachary Quinto não vai mal
como o namorado de Michael, mas confesso que acho este actor um pouco
irritante. Como o amante, Charlie Carver tem um ar simpático e facilmente cria
empatia connosco, infelizmente o seu personagem tem pouco “tempo de antena”.
Emma Roberts é Rebekah, a sonsa que se apaixona perdidamente por Michael e que
o segue como se ele fosse um deus.
Classificação: 3 (de 1 a 10)
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