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sexta-feira, 29 de dezembro de 2017

UMA MULHER FANTÁSTICA (Una Mujer Fantastica) de Sebastián Lelio

A História: Marina, uma jovem transexual, tem uma relação com Orlando, um senhor que tem idade para ser pai dela. Quando este morre repentinamente, a família dele quer a todo o custo afastar Marina do velório e funeral.

O Filme: Uma boa história, que foca um problema raramente abordado no cinema, realizada com honestidade por Sebastián Lelio, que não explora o tema da transexualidade de forma gratuita. No entanto senti que falta alma ao filme, é tudo muito casual, tudo muito tépido. Falta-lhe humor ou então ter uma componente mais dramática. Consigo perfeitamente imaginar o que Pedro Almodovar faria com este material.
Daniela Vega, uma actriz transexual, dá dignidade, fragilidade e serenidade a Marina; mas a sua personagem é demasiada passiva perante a vida e teria gostado de a ver perder as estribeiras de vez em quando (só acontece uma vez). O restante elenco dá credibilidade às personagens que a rodeiam.
Estive todo o filme à espera que algo de verdadeiramente dramático acontecesse e o mistério da chave é um vazio clímax, ou será que existe algum significado aqui que me escapou? Uma vida vazia? Não sei, talvez... Marina tem uma tendência natural de escapar para o seu mundo de fantasia, mas algumas das cenas em que isso acontece pouco ou nada acrescentam ao filme, como por exemplo a dança no bar ou a caminhada contra o vento. Um pouco mais de garra e paixão poderiam ter feito deste filme um excelente drama e Daniela Vega merecia isso. Felizmente para ela, o filme termina de forma digna.

Classificação: 5 (de 1 a 10)



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