A História: Leo é um jovem prostituo que vende o seu corpo nas ruas, onde também dorme na maioria das noites. Procura o amor de um colega, mas este rejeita-o e diz-lhe que o melhor que lhes pode acontecer é serem “adoptados” por um velho rico.
O Filme: Não há como os franceses para nos darem filmes gays explícitos, mas sem caírem na pornografia (se bem que um pouco de porno também não faz mal a ninguém). Este drama dá-nos um jovem perdido, entre o sexo e as drogas, sem grande futuro, mas que não parece preocupado com isso. Deseja ser amado e amar, mesmo que o escolhido do seu coração o trate mal. Félix Maritaud é muito convincente no papel.
Ao início achei que o filme não tinha grande assunto e preparei-me para levar uma seca, mas, entretanto, uma história começa a delinear-se e esta prendeu-me a atenção. O realizador Camille Vidal-Naquet dá-nos uma visão realista e suja da vida de prostituto, sem vergonha do sexo, este nem sequer é excitante, é sexo pago, sem moralismos e é isso que torna o filme interessante. Também aprendi algo; não me estou a fazer de inocente, mas desconhecia tal coisa, refiro-me ao líquido que se pode injectar no pénis para, durante o sexo oral, pôr alguém a dormir.
Confesso que este filme me levantou duas questões. A primeira, será que a ternura e o carinho estão sobrevalorizados hoje em dia? Será que perante a hipótese de serem acarinhados, as pessoas preferem ser maltratadas? Num mundo onde as relações são cada vez mais virtuais, talvez seja normal que o carinho passe a segundo plano.
Quanto à segunda questão, tem a ver com a liberdade, com o “selvagem” do título. Leo gosta da vida que tem, sem barreiras ou prisões de qualquer género. Julgo que é isso que o leva a tomar a decisão final, que é previsível.
Em conclusão, acho que a pergunta que devemos fazer a nós próprios é se preferimos ser amados ou ser livres.
Classificação: 6 (de 1 a 10)
Sem comentários:
Enviar um comentário